Após mais de uma década de espera, a Justiça de Alagoas condenou José Dernival Pereira Silva, acusado de matar a companheira com um tiro na cabeça enquanto ela dormia, em Arapiraca. O crime ocorreu em junho de 2011 e foi presenciado indiretamente pelo filho da vítima, que na época tinha apenas 9 anos. O julgamento aconteceu nesta segunda-feira (7), no Fórum da cidade, e terminou com a condenação do réu a 17 anos de reclusão em regime fechado.
A vítima, Maria do Socorro Santos, de 35 anos, morava com o filho e um irmão com deficiência no bairro Santa Esmeralda. No dia do crime, ela foi vista consumindo bebidas alcoólicas com o então namorado durante a tarde. Por volta das 18h, os dois se recolheram ao quarto.
Às 21h, o filho do casal bateu à porta, como fazia todas as noites, para pedir a bênção à mãe antes de dormir. Em depoimento, relatou ter ouvido José Dernival responder: “pode responder”. Na sequência, escutou a voz da mãe dizendo: “Deus te abençoe”. Na manhã seguinte, encontrou a mãe morta, com um disparo na cabeça. O companheiro havia fugido.
A cena não apresentava sinais de arrombamento e, ao lado do corpo, havia estilhaços de garrafa de bebida. Testemunhas apontaram um histórico de agressões físicas e ameaças constantes por parte de José Dernival, que costumava dizer que mataria a companheira caso ela tentasse deixá-lo.
Durante o julgamento, o Ministério Público sustentou que o crime foi cometido por motivo torpe, com uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, e dentro de um claro contexto de violência doméstica. O júri reconheceu todas as qualificadoras e enquadrou o caso como feminicídio.
José Dernival nunca havia sido preso ao longo dos 14 anos desde o crime. Agora, condenado, deverá cumprir a pena de 17 anos em regime fechado. A defesa ainda não informou se irá recorrer da decisão. A execução penal deve ser iniciada após a expedição do mandado de prisão.
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